LOCALIDADE


A Zona da Mata está localizada a sudeste do estado de Minas Gerais, limitando-se com as microrregiões Alto Rio Grande, Campos da Mantiqueira, Espinhaço Meridional, Siderúrgica, Bacia do Suaçuí, Governador Valadares e Bacia do Manhuaçu e ainda com os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. É formada por oito microrregiões e 143 municípios. 


VEGETAÇÃO


A densa cobertura florestal, em suas condições originais, deu origem ao nome Zona da Mata. O padrão de explorações agropecuárias que se estabeleceu na Zona da Mata no início de sua colonização acarretou contínuas derrubadas das matas, que eram, então, substituídas pelas culturas que viriam a ser as tradicionais da região. A vegetação nativa era a floresta tropical, na verdade, expansão da Mata Atlântica das regiões serranas da vertente leste para o interior. Hoje encontra-se quase totalmente inexistente. As matas reduzem-se a pequenas manchas e capoeiras nas encostas íngremes, elas foram substituídas pelos cafezais e posteriormente por pastos e outras lavouras.
A maior parte das terras da região está ocupada por pastagens naturais e artificiais (principalmente brachiárias), que suportam rebanhos bovinos predominantes mestiços - dupla finalidade - leite / corte, distribuídos em fazendas de porte médio e pequeno. 
Entre as culturas tradicionais da região, o café foi o mais importante na formação de rendas. A erradicação dos cafezais contribuiu para o esvaziamento da economia regional, ao passo que a liberação da mão-de-obra dessa atividade, não absorvida pelos outros setores, reduziu as oportunidades de trabalho, criando tensões sociais. 

           

 

BASES ECONÔMICAS


Os municípios que integram esta região têm como base uma economia tradicionalmente apoiada na atividade agropecuária que alimenta importantes agroindústrias. Tanto as atividades agrícolas quanto as industriais passam, atualmente, por um processo de modernização gradual, favorecidas pela posição geográfica da região e pela malha rodoviária existente que permitem uma fácil comunicação com as principais capitais, que exercem grande polarização. 
Além dessas vocações industriais, agropastoris e comerciais, a região tem grande potencial para o turismo ecológico, com suas montanhas, seu clima, suas cachoeiras e ainda as pequenas cidades de gente hospitaleira, as unidades de conservação, entre as quais o Parque Nacional do Caparão e Parque Florestal do Ibitipoca, tudo isso próximo às duas maiores regiões metropolitanas do país, grandes emissoras de turistas. 
No setor pecuário expande-se em toda região a suinocultura, uma das mais tecnificadas e produtivas do país. Na indústria agrícola, destaca-se a destilaria do álcool. 
Vale ressaltar também a presença das tradicionais lavouras de subsistência, onde se destacam as culturas do arroz, do milho e do feijão. Igualmente, algumas lavouras comerciais merecem especial destaque como a do café, sobretudo nos municípios do leste. Destaca-se ainda o comércio atacadista, também responsável pela geração de alguns dos empregos existentes na região.







 

 

SEU RELEVO E ALTITUDE


O relevo da Zona da Mata é acidentado, dissecado, isto é, caracterizado pelo predomínio de colinas e vales estreitos e algumas serras, constituído por rochas cristalinas antigas, do arqueando: granito, gnaisse, etc. 
As altitudes variam de 1.889m, na região mais montanhosa, até valores em torno dos 100m, nos vales do Rio Pomba e Paraíba Sul. Em decorrência dessas altitudes, o clima tropical é quente, de verões com médias térmicas mensais na casa dos 25o C, mas tem temperaturas reduzidas em algumas áreas, sobretudo naquelas superiores a 1.000m. Outra característica importante são os valores anuais da pluviosidade, que são reduzidos a 1.200 a 1.400mm. 







   

 

ESTRADAS 


Essa região, em relação a algumas zonas fisiográficas do estado, é bem dotada de vias de comunicação rodo-ferroviárias. Ela é atravessada por importantes rodovias federais, como a BR-040 (duplicada desde Juiz de Fora até a cidade do Rio de Janeiro), a BR-267, BR-116, BR-262, BR- 393, estas entre outras vias, pavimentadas ou não, que ligam a região a diversas partes do país. Duas importantes ferrovias servem a região: a Ferrovia do Aço e a Centro Atlântica. 







   

 

 REDE URBANA 


A rede urbana tem como principal cidade Juiz de Fora, tradicional centro industrial, cultural e universitário, com destaque para a sua Universidade Federal. Sua influência ultrapassa os limites da região. A existência de outras cidades, como Viçosa, Ponte Nova, Ubá, Manhuaçu, Muriaé, Leopoldina e Cataguases, é ainda um fator favorável ao desenvolvimento regional. Viçosa é conhecida em todo o país pelo renome de sua universidade, a produção científica e tecnológica da Universidade Federal de Viçosa e sua influência cultural podem e devem ser, mais e mais, fatores de desenvolvimento regional. Além da UFV, o ensino superior é privilegiado também com as Faculdades de Ciências Contábeis e Humanas de Ponte Nova. Cataguases tem forte tradição cultural e artística no panorama nacional, no início teve seu desenvolvimento ligado à indústria cafeeira, com o fim do café, tomou rumos industrias, transformando-se em pólo industrial. 
Segundo o Diagnóstico da Zona da Mata feito pela Universidade Federal de Viçosa, mais de 60% do processo migratório é dirigido para as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, sendo esse processo seletivo, uma vez que cerca de 80% dos que saem da região são constituídos de jovens. 


          

 

REDE HIDROGRÁFICA 


Praticamente toda essa área faz parte da bacia do Rio Doce, sendo banhada pelos rios Piranga, Casca, Gualaxo do Sul e do Norte, Carmo, Pomba, Paraíba do Sul, Paraíba do Sul, Paraibuna e Rio Preto. Estes rios ligam-se a história do povoamento das Minas Gerais.

 

BIBLIOGRAFIA 

Estudos sobre uma Região Agrícola: Zona da Mata de Minas Gerais (11) - IPA Série Monográfica 

Programa de Desenvolvimento Integrado da Zona da Mata, PRODEMATA. 6o Relatório Trimestral da Unidade de Avaliação e 
Controle de PRODEMATA, 1978, apresentado pelo DER/UFV à SEPLAN-MG.

Zona da Mata - Dados Fornecidos pelo Instituto de Geociências Aplicadas.

Geógrafa - Gizele Inácia da Silva