
Cenário típico destas montanhas.
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Olha o trem aí!
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Na beira do caminho outro riacho de águas límpidas.
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As pedras formam pequenas quedas d'agua...
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e um bom poço para refrescar.
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Vamos em frente, com o riacho ao lado.
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O riacho e a linha férrea, dois componentes que são encontrados juntos só nesta região.
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Nas outras localidades do município de Ouro Preto o trem já foi banido.
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Encontramos uma composição de minério de ferro estacionada sobre a ponte.
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É o sinal do tipo de povoado que vamos encontrar.
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Lá vão os trilhos contornando a montanha.
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É hora de seguir em frente, a tarde já se aproxima. São cinco horas.
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Enquanto isto vamos aproveitar que o trem de minas está posando imóvel.
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Vamos em busca de Miguel Burnier.
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Km 108 - Chegamos ao entrocamento para Miguel Burnier.
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E a primeira visão é de uma estranhíssima igreja em estilo neoromântico. A grande serra de Ouro Branco domina a paisagem.
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Dizem que aqui já foi um seminário importante onde mais de trezentos alunos estudavam. É a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Dizem que é toda em mármore carrara por dentro. Foi sagrada em 1938. É o que nos conta Geraldo Vasconcelos e seu filho Lucas
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Uma pequena vila de operários da usina siderúrgica (Barra Mansa) que aqui funcionava e que pertence ao Grupo Votorantim de São Paulo. FECHADA!
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Um enorme surpresa... um vila ferroviária!
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Os trilhos estão sendo desmanchados... é um crime!
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Mais de 150 casas estão hoje fechadas. Os paulistas fecharam as minas e a siderurgia, condenando Miguel Burnier a se tornar uma cidade fantasma.
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O lugar que já teve! É assim que chamam Miguel Burnier. Já teve a CSN, a Siderúrgica Barra Mansa, a Central do Brasil, a Magnesita, a...
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Segundo os moradores, Antônio Ermírio de Morais preservava os empregos mantendo a fábrica e a mineração... os filhos fecharam e jogaram mais de 350 famílias na miséria.
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Por aqui passa o trem que vem da Ferteco e vai para Vitória. Passa também o trem de calcáreo que vem de Prudente de Morais e vai para a Açominas. Na volta leva escória que vai para indústria cimenteira em
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A mina de mangânes do Grupo Votorantim, com 63% de pureza, está
FECHADA!
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Têm ainda três pedreiras de dolomita...FECHADAS!
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Vamos chegar ao centro do distrito. Montes Claros.
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Por estes trilhos muita gente vinha para a festa de Nossa Senhora do
Rosário que é realizada em 16 de outubro.
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Por aqui também chegavam e partiam os seminaristas...
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Agora os trens não trazem gente...
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Será que é justo deixar um lugar como este na miséria... guardando
o minério e fechando a usina? Porque o governo de Minas não
desapropria tudo e entrega ao povo do lugar?
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Qual a esperança que este capitalismo selvagem deixa para o garoto?
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A severidade no olhar, digno, de um mineiro... sem minas.
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Geraldo Vasconcelos com o pequeno Lucas no colo, vê a cada dia mais
famílias indo embora.
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E agora, a Vale do Rio Doce tira os trilhos para vender como sucata.
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E a esperança da preservação de uma autêntica vila ferroviária
ser um dia um polo de turismo, também se vai.
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E os dormentes vão cercar a casa de campo da classe média urbana.
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Até quando Minas?
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