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    1. Nascido em Carangola, Minas Gerais, em 23-06-1923, filho de Xenofonte Mercadante e de
    Adélia de Freitas Mercadante, nascida Garcia de Freitas. De família de humanistas e
    músicos da Itália meridional, (da qual fez parte o compositor Savério Mercadante), o
    primeiro, nascido em Campos, RJ, era advogado, tendo integrado em 1946, a bancada do
    Partido Social Democrático na Constituinte mineira; a segunda, natural de Leopoldina, MG,
    era filha de imigrante português. 
     
    2. Cursou Paulo Mercadante humanidades na cidade natal, fundando, em 1937, com colegas do
    Ginásio, um jornal semanal - O Ariel. Também foi membro do grupo engajado à esquerda,
    então na ilegalidade em razão do movimento insurrecional de 1935. Após o serviço
    militar, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde, feitos os preparatórios, prestou
    exame vestibular à Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi, de 1945 a 1946,
    Presidente do Centro Acadêmico Luís Carpenter, delegado junto ao Congresso da UNE,
    participando ativamente dos movimentos universitários pela anistia, convocação de
    Constituinte e pela abertura democrática. 
     
    3. Admitido no Ministério da Aeronáutica, por concurso, como tradutor de inglês e
    alemão, foi incorporado, após convocação do Exército, aos serviços de guerra,
    permanecendo na base aérea do Galeão, como intérprete e tradutor, onde também
    desempenhou na Fábrica de Aviões atividades técnicas ligadas à conversão de
    tecnologia de aviação alemã à norte-americana. Seria mais tarde condecorado pelo
    Ministério da Aeronáutica por destacados serviços prestados ao País. 
    4. Licenciado, dedicou-se após o final do conflito, ao magistério, lecionando até 1951,
    várias disciplinas, inclusivamente Filosofia. Dois anos mais tarde casou-se com Ana Elisa
    Viana Mercadante, nascida Lichtenfels Viana, médica psicanalista, vindo a ter o casal
    dois filhos e uma filha. 
     
    5. Entregou-se no Rio de Janeiro à atividade profissional de advogado nos ramos civil e
    comercial. Retomou as pesquisas, iniciadas em sua puberdade, sobre a Mata Mineira, a
    comunidade natal e a região fluminense, percorrendo-as todas. Os resultados traduziram-se
    em dois livros e um ensaio, este último servindo de Introdução às Fazendas Fluminenses
    de Café, editada pela Nova Fronteira. 
     
    6. Nos anos sessenta tomou parte em diversos grupos de estudos, visando ao
    aperfeiçoamento de sua base científica, publicando, ainda, em colaboração com Antônio
    Paim, em edição oficial do Ministério da Educação e do Instituto Nacional do Livro,
    os Estudos de Filosofia, de Tobias Barreto. Em 1990 viam ambos realizados os seus
    objetivos, graças à colaboração de Luiz Antônio Barreto, com a publicação em dez
    volumes, em edição do Ministério da Cultura e do Governo de Sergipe, das obras
    completas do pensador Tobias Barreto. Ingressando no Instituto Brasileiro de Filosofia,
    dá início a sua colaboração na Revista Brasileira de Filosofia. Também publica em
    1965 o seu livro mais conhecido - A Consciência Conservadora no Brasil - sobre a
    formação histórica nacional. 
     
    7. Nos anos 70, estendeu sua atividade profissional ao exterior, circunstância que lhe
    facultaria divulgar aspectos da cultura brasileira, bem como acompanhar o curso da
    Revolução dos Cravos, publicando em 1975 o livro Portugal - Ano Zero. 
     
    8. Participaria ainda de diversos congressos de Filosofia na Faculdade de Direito de São
    Paulo, em 1985 e 1995, com comunicações sobre Relativismo Ético e política e
    Fenomenologia Luso-Brasileira. 
     
    9. De 1950 até o presente colaborou no Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal do
    Comércio, Jornal do Brasil, O Globo, no Rio de Janeiro, bem como no Estado de São Paulo
    e Folha de São Paulo. 
     
    10. A partir de 1990, ingressando no Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, de Lisboa,
    participou dos diversos colóquios sobre o pensamento comum nos dois países, realizados
    em Lisboa, Évora, Ponta Delgada e Porto, abordando as figuras de Tobias Barreto,
    Gonçalves de Magalhães, Silvio Romero, Teófilo Braga, Miguel Reale e Afonso Botelho,
    em palestras patrocinadas e editadas nos anos seguintes pela Universidade Nova de Lisboa,
    Fundação Gulbenkian, Instituto Nacional de Investigação Científica, Fundação
    Lusíada e Correio Português. Nas cidades brasileiras do Recife e do Rio de Janeiro,
    também participou de encontros sobre Antero de Quental e Sampaio Bruno em anos
    alternados, editados pela Fundação Albano Franco e Secretaria de Cultura do Estado de
    Sergipe. 
     
    11. A seguir, as obras publicadas de Paulo Mercadante: A Consciência Conservadora,
    Editora Saga Ltda. 1a. Edição, Rio, 1965; Editora Civilização Brasileira, 2a.
    edição, Rio; Editora Nova Fronteira, 3a. edição, Rio, 1980; Tobias Barreto na Cultura
    Brasileira, uma reavaliação (em colaboração com Antônio Paim), Editora da
    Universidade de São Paulo, SP, 1a. edição, 1972; Os Sertões do Leste, Estudo de uma
    região: A Mata Mineira, Zahar Editores, 1a. edição, Rio, 1973; Portugal, Ano Zero,
    editora Arte-Nova, Rio, 1a. edição, 1975; Militares e Civis: a Ética e o Compromisso,
    1a. edição, Zahar Editores, Rio, 1977; Crônica de uma Comunidade Cafeeira, Carangola: o
    vale e o rio, Editora Itatiaia Ltda., 1a. edição, Belo Horizonte, 1990; A Constituição
    de 1988, o Avanço do Retrocesso, Rio, Fundo Editora, 1a. edição, 1990; Graciliano
    Ramos, o Manifesto do Trágico, Topbooks, 1a. edição, Rio, 1993. 
     
    12. Em atividade profissional nos anos 90, colaborou, como advogado, na elaboração do
    contrato Sivam (proteção do Amazonas), bem como no assessoramento jurídico a áreas de
    tecnologias críticas e transferência de tecnologia. 
     
    13. É membro titular do Instituto Brasileira de Filosofia, Instituto de Filosofia
    Luso-Brasileira (Lisboa), Academia Brasileira de Filosofia, Pen Clube do Brasil, Centro
    Brasileiro de Estudos Estratégicos, Instituto Aurélio Buarque de Holanda, Institutos
    Históricos e Geográficos de São Luís do Maranhão e de Natal, Rio Grande do Norte. 
     
    14. Do ponto de vista jurídico, nos últimos quarenta anos, teve matérias publicadas em
    separatas, jornais e revistas especializadas em direito (constitucional, autoral,
    tributário e administrativo).  
      
    
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