Página 01 de 01

Início Página Anterior Próxima Página

SÃO GONÇALO DO RIO PRETO

Área: 314 km2
Temperatura Média Anual: 22o C
Distância da Capital: 345 Km
Rodovias que servem ao Município:
BR-040-135-259-367 - MG-214 
População: 3.101 hab. (em 1991)
Atividades Econômicas: agricultura e pecuária

Breve História

Os arquivos oficiais informam a instituição de uma paróquia em 8 de outubro de 1820, através de alvará régio, com o nome de São Gonçalo do Rio Preto. Tomou o nome de Felisberto Caldeira em 1923, e em 30 de dezembro de 1962 ganhou a condição de município. São Gonçalo do Rio Preto, no entanto, tem origem no ciclo de ocupação da Comarca do Serro Frio e dentro dela do Distrito Diamantino, situando-se no sentido norte-sul. À medida que as décadas avançavam e os descobertos se faziam cada vez mais ao norte, outros núcleos urbanos foram surgindo. Na década de 80, de acordo com a pesquisadora Júnia Ferreira Furtado, a descoberta dos diamantes na serra das Abóboras, mas principalmente na serra de Santo Antônio do Itacambiruçu, foi decisivo para provocar um grande deslocamento populacional para ali, condição que teria beneficiado o povoado de São Gonçalo.

De acordo com Júnia Furtado, apesar da população mineira ter-se deslocado da área da mineração do ouro, para as comarcas do sul, ligadas às atividades agrícolas e pastoris na década de 1770, a Comarca do Serro Frio apresentou um crescimento constante, passando de cerca de nove mil habitantes, em 1736, para cerca de sessenta mil habitantes em 1776. Nesta época, na Comarca, 23% dos habitantes eram brancos, 26% pardos e 51% negros. Sendo a maioria esmagadora da população composta de homens de cor e mestiços, isto requeria uma vigilância constante por parte das autoridades coloniais, já que tal concentração e composição populacional só poderiam resultar em tensões, o que também ocorria no resto da Capitania. Quanto ao sexo, 67% da população da Comarca era masculina e apenas 33% eram de mulheres, na sua maioria pardas e negras.

Neste espaço de diversidade, tornava-se complexa as relações entre homens e mulheres, principalmente em relação ao casamento. A historiadora Nizza da Silva, em seu livro "Sistema de Casamento no Brasil Colonial", explica o sistema de normas que regiam a prática do matrimônio no Brasil colonial. Dentre o tema, verifica-se que a escolha do cônjuge era norteada pelo princípio da igualdade no que se refere à idade, condição, fortuna e saúde, e também por aquilo que a autora denomina de princípio da racionalidade que marginalizava a paixão ou a atração física. Exigia-se do homem um estabelecimento sólido, um modo de vida definido, mas da mulher era necessário ser virtuosa, honesta, honrada e discreta. Observa-se assim uma flagrante assimetria: a mulher não escolhia, era escolhida, colocando o homem numa posição de superioridade. Os adágios populares confirmam esta supremacia: "juramento de quem ama mulher não é para crer", ou, "quem casa por amores, maus dias, piores noites", onde a paixão amorosa é um elemento perturbador da racionalidade que deveria presidir à escolha matrimonial. A perda da virgindade diminuía consideravelmente as chances matrimoniais das mulheres. A desigualdade da situação do homem e da mulher no pacto de casamento ficava claro neste aspecto: subtendia-se que a noiva era virgem, mas o esposo não era obrigado a cumprir as núpcias caso a esposa viesse a ter má reputação. Por outro lado, a esposa não podia repudiar o esposo, ainda que pudesse provar que ele tivera relações anteriores ao casamento. Instituição fundamental na sociedade colonial, o dote era objeto dos cuidados não só dos pais, mas também dos demais parentes. Ele era além de uma antecipação de herança, mas também uma soma de bens que cada um dos noivos entravam para o matrimônio.

BIBLIOGRAFIA

FURTADO, Júnea Ferreira. O Livro da Capa Verde - O Regimento Diamantino de 1771 e a vida no Distrito Diamantino no período da real estação. 
São Paulo: Annablume 1996.

SILVA, Maria Beatriz Nizza. Casamento no Brasil Colonial. 
São Paulo: EDUSP, 1984.


São Gonçalo do Rio Preto - Igreja Matriz de São Gonçalo

Capela de Bom Jesus

Prefeitura Municipal

Escola Estadual

Cena urbana 1

Cena urbana 2

Cena urbana 3

Câmara Municipal

Casa Azul

O sol se põe...

o céu muda rapidamente de cores...

ao azul sucede o laranja avermelhado...

o rosa e...

as últimas tonalidades.
 

Início Página Anterior Próxima Página