CAETANÓPOLIS
Área: 155 km2
Temperatura Média Anual: 23o C
Distância da Capital: 96 Km
Rodovias que servem ao Município:
BR 040
População: urbana 6.045 hab. - rural 1.182 hab.
Atividades Econômicas: agricultura, ind. têxtil e extrativa mineral
Breve História
Com uma altitude máxima de 1.065 na serra do Ibirucu, situada na bacia do São Francisco, a cidade tem sua história ligada ao desenvolvimento da indústria têxtil em Minas Gerais, em destaque a Cia Fiação e Tecelagem Cedro e Cachoeira, pioneira no Estado.
Em Minas Gerais, na época do auge da lavra nas minas, toda e qualquer atividade que não fosse a mineração era rigorosamente proibida. O fornecimento de tecidos era feito através de importação de outras regiões ou do exterior. Anteriormente ao alvará de 1785, o Marquês do Lavradio proibira a produção manufatureira na região das Minas Gerais, receio de que a Capitania pudesse se tornar independente das manufaturas do Reino. Assim, estas proibições foram uma estratégia para retardar a implantação de indústrias de vulto. Entretanto, os interditos não afetaram a atividade têxtil mineira, porque esta era pulverizada e dispersa, toda artesanal. Já no início do século dezenove a indústria têxtil doméstica estava em franca prosperidade, base econômica de aldeias e vilas inteiras. As exportações do "pano de Minas" se estendiam até o Rio Grande do Sul e mesmo em Buenos Aires. Porém, o produto estrangeiro era um forte concorrente à produção local de tecidos mais finos, que circulava com mais intensidade a partir do desenvolvimento dos transportes entre Minas e Rio de Janeiro.
Superados os tempos de interdições e atraso, a fiação e tecelagem seria o setor industrial que mais cresceria durante o século XIX, e o mais expressivo até a década de 1920. A moderna indústria têxtil surgiria em Minas Gerais no início da década de 1870, com a instalação da Fábrica do Cedro. Situava-se em Tabuleiro Grande, município de Sete Lagoas. Criada em 1868 pelos irmãos Bernardo, Caetano e Antônio Cândido Mascarenhas, era para ser inicialmente localizada em Juiz de Fora. Com investimento inicial de sessenta contos de réis, a fábrica entrou em produção em 1872, com vinte e quatro teares, elevado rapidamente, em 1882, para quarenta teares.
Mas somente no início do século XX, com a ocorrência da Primeira Guerra Mundial operam-se significativas mudanças sociais que alteram a estrutura da sociedade brasileira: o surgimento no cenário nacional de novas classes sociais - burguesia e proletariado; a ascensão das camadas médias; o início das reivindicações operárias e da luta social; o processo de urbanização; o início do processo de emancipação feminina. Para o setor industrial têxtil as mudanças são significativas: em 1915, a conjuntura da guerra permite exportar duas toneladas de tecidos de algodão. Em 1918 são cento e treze toneladas. Em Minas Gerais, desde 1915, se criara o Serviço do Algodão, orientado não só para o campo da experimentação e controle das sementes, mas também para o aprimoramento da tecnologia de fibras, resultado da importância que a indústria têxtil assumia para a economia mineira.
Em 1927, o estado exportava trezentas e trinta e três toneladas de algodão, para atingir a marca de trinta e seis mil toneladas em 1936, provando a importância econômica do setor têxtil em Minas Gerais e o seu amadurecimento.
BIBLIOGRAFIA
BDMG - A Indústria Têxtil em Minas Gerais, condições e reequipamento.
Belo Horizonte, 1965.
MATOS, Raimundo José da Cunha.
Corografia Histórica da Província de Minas Gerais (1837).
Belo Horizonte: Itatiaia, 1981, 2 v.
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