Cult'uais VenhameVERDEperto UniVLERCidades Revista d'As Minas Gerais Pesquisa Editoria d'As Minas Gerais Livro de Visitas
BREVE HISTÓRIA D'AS MINAS GERAIS
BREVE HISTÓRIA D'ASMINASGERAIS

As Minas Gerais é um programa desenvolvido desde 1995, quando foi apresentado ao Ministério da Cultura visando obter os benefícios da Lei Federal de Incentivo à Cultura, na área de audiovisual. Seu objetivo original era a documentação histórica e fotográfica dos 853 municípios mineiros, no final do século XX e início do século XXI, como uma memória para os historiadores do futuro.

Foi aprovado e iniciou-se a busca de grandes empresas para o seu patrocínio. Em 1997, a então chamada BMP Participações, empresa do grupo Belgo-Mineira gestora da antiga Siderúrgica Mendes Junior, deu o primeiro apoio, permitindo a construção da primeira região cultural de Minas Gerais, a Zona da Mata. O projeto original previa sua edição em CD-ROM, lançado em dezembro deste mesmo ano.

Em 1988 a Tratos Culturais, produtora do programa, não conseguiu nenhum patrocinador, mesmo assim, com recursos próprios converteu o programa para a Internet, nesta época iniciando sua expansão no Brasil. O lançamento foi feito em Ouro Preto, com transmissão on-line através das antigas web câmeras acopladas ao computador. Desde o início a Seven Informática tornou-se a parceira no desenvolvimento e provimento da tecnologia, parceria que se mantém até o presente. (A foto é do lançamento d'asminasgerais, no Grêmio da UFOP, em Ouro Preto, em 22 de julho de 1998, às 16:04hs)

Em 1999, a Companhia Industrial Cataguases, sucessora da Indústria Têxtil Irmãos Peixoto fundada em 1911, interessou-se pelo projeto e iniciou-se uma parceria inédita, o aporte dos recursos incentivados e em contrapartida, a Tratos Culturais projetou, organizou e implantou o Instituto Francisca de Souza Peixoto, na cidade de Cataguases, na Zona da Mata mineira. Re-editamos a Zona da Mata.

Em 2000, a Belgo-Mineira voltou a patrocinar o programa juntamente com a Companhia Industrial Cataguases. Produzimos o Quadrilátero Ferrífero.

Em 2001, continuou a parceria com a importante e quase centenária fábrica de tecidos mineira, e o Instituto Francisca de Souza Peixoto, agora voltado para a ação de responsabilidade social da empresa, expandia suas atividades atendendo principalmente as crianças estudantes da escola pública de primeiro grau e a população da terceira idade, bem como, integrando os quase 1.200 operários de sua fiação e tecelagem. As Minas Gerais e a Tratos Culturais haviam cumprido sua missão, que gera hoje o talvez mais completo programa de responsabilidade social em Minas Gerais. Produzimos a região Diamantina e Sertões.

Em 2002, produzimos a região do Rio Doce, e em dezembro deste ano findou a parceria com a Companhia Industrial Cataguases. Cerca de 450 municípios foram visitados, documentados e publicados.

Em 2003 documentamos a região Campos das Vertentes e São Francisco. Porém, sem um novo apoio financeiro, não conseguimos publicá-las até a presente data. O ano de 2003 foi dramático pela falta de recursos e ineficácia da Lei Federal, já que a concentração dos recursos das grandes empresas em suas próprias fundações condenou as produções independentes ao completo abandono. O projeto foi apresentado às 150 maiores empresas mineiras e nenhuma respondeu a nossa proposição. Finalizamos a prestação de contas ao Ministério da Cultura e abandonamos a possibilidade de uso de leis de incentivo. A Secretária de Estado da Cultura nunca aprovou os projetos apresentados e sempre recusou qualquer apoio a nossa iniciativa, pioneira no Brasil.

O ano de 2004 repetiu as dificuldades para se manter As Minas Gerais. Foi feita uma tentativa junto à Federaminas, para que as Associações Comerciais apoiassem o projeto, o resultado foi nulo. Tentamos mais uma vez o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, que novamente fechou as portas. Mas o sonho de terminar a obra continuou forte e com o apoio, da agora Seven Internet, buscamos desenvolver a tecnologia que nos permitisse voltar aos municípios mineiros e entregar a comunidade sua continuidade.

Pode parecer pouco, mas a energia que nos impulsiona até hoje, emana das manifestações de nossos leitores no Livro de Visitas, onde depoimentos emocionantes, palavras de incentivo, o encontro dos mineiros com suas raízes, impedem, na diária leitura de seus depoimentos, que o desanimo floresça em nossas mentes e corações.

Agora, em 2005, dez anos depois, As Minas Gerais encontra seu caminho de destino. A tecnologia abre as portas dos municípios a todos os mineiros, nascidos, residentes ou ausentes, e aos mineiros de coração, nascidos em outras terras, mas que amam nossa gente, nossa cultura, como nós mesmos. E é nesta esperança de grandes encontros com essa brava gente, que As Minas Gerais viverá, para sempre. Um novo conceito de Patrimônio surgiu neste início do Século XXI, o Patrimônio Imaterial*, e neste sentido As Minas Gerais seguirá, de forma a se constituir numa Biblioteca do Patrimônio Imaterial dos Mineiros.

* Patrimônio Imaterial: a) Inventário, pesquisa, registro e difusão do patrimônio imaterial:
os Saberes (conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades, a culinária e o artesanato, a produção agrícola e industrial);
as Celebrações (rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social);
as Formas de Expressão (manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas) e
os Lugares (mercados, feiras, santuários, praças, escolas, patrimônio natural e arquitetônico, e demais espaços das práticas culturais, sociais, públicas e lazer coletivas);

EM 2006 e até MAIO DE 2007 - Produzir o Norte de Minas, os Vales do Jequitinhonha e Mucuri e a região cultural do São Francisco, sempre foi um grande desafio, além das distâncias... a falta de patrocínio.

Em meados de 2005, a então Secretária de Estado, Deputada Elbe Brandão, chamou-me para conversar sobre um programa social, chamado Cidadão.Net, programa este que tem o objetivo de levar a Inclusão Digital a camada mais pobre da população de 188 municípios mineiros, um território que ocupa quase a metade da área territorial do Estado, e que estava a cargo do IDENE - Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais. Era a primeira vez que um órgão público, do Governo d´As Minas Gerais, chamava-me para abrir um diálogo produtivo e que se mostrou absolutamente integrador e revolucionário.

Durante todo o segundo semestre de 2005 viajei por cerca de 30 municípios, conheci cada Telecentro Comunitário, as pessoas, os jovens e um pouco da história e cultura destes lugares.

Há muito sonhava com a possibilidade de inverter o processo de construção dos conteúdos, resolvi então encarar o grande desafio - a tecnologia. Nos Telecentros usa-se o LINUX, As Minas Gerais foi desenvolvida no WINDOWS. Era necessário criar um PLUG IN que fizesse com que linguagens diferentes pudessem se comunicar (os acadêmicos chamam de TIC - Tecnologia da Informação e Comunicações). Quando me refiro às linguagens, incluo aqui as pessoas em suas diferentes regiões culturais.

Em 2006 apliquei os conceitos objetivando: Tecnologia de baixo custo operacional + Integração dos Telecentros Comunitários com seu povo + Auto-sustentabilidade econômica dos Telecentros Comunitários, num só lugar: n´As Minas Gerais. Foi aí que surgiu o entendimento, o PLUG IN, é o PERTENCIMENTO.

A tecnologia foi desenvolvida pela Seven Internet - Alexandre Neves e Eduardo Zambaldi, novamente foram parceiros decisivos - e entra no ar, a nova tecnologia com base em Banco de Dados, a nova programação visual e a condição operacional de entregar aos cidadãos do próprio município a construção da memória histórica de sua cultura contemporânea. Foram mais de 20 mil quilometros rodados, para ir a cerca de 100 municípios das quatro regiões culturais.

Em 2007 selecionamos 12 Telecentros, Maurício Trindade aplica um modelo de capacitação on line (desenvolvido durante três anos de muito estudo) intitulado: MEDIADOR CULTURAL.
Os resultados deste trabalho estão publicados e acessíveis pelo ícone do quadro do triângulo vermelho.

O que esperamos conseguir é um MODELO ÚNICO para todos os municípios mineiros. Selecionar um(a) jovem, capacitá-lo(a) como MEDIADOR CULTURAL, e assim, incentivando o empreendedorismo juvenil, permitir aos cidadãos de todos os 853 municípios mineiros a possibilidade de interagir com sua terra, criando as condições necessários ao seu PERTENCIMENTO à história de sua cidade, região, estado, país.



Se você, prezado leitor, sente Minas como a gente, venha fazer parte da história dos mineiros, construindo sua própria página nesta história, se dizendo PRESENTE, n'ASMINASGERAIS.

Se você, prezado leitor, está vinculado a alguma instituição cultural em seu município, ou ao poder público municipal, entre em contato conosco, para que possamos encontrar a possibilidade de transferir a tecnologia para o seu município cuidar do patrimônio imaterial de sua comunidade.

Com o nosso abraço fraterno, esperamos este encontro certo.

Atenciosamente,

Almir Wildhagen
Editor Geral
Maio de 2007
editoria@asminasgerais.com.br