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GRANDE SERTÃO: VEREDAS
GRANDE SERTÃO: VEREDAS
João Guimarães Rosa (1908-1967)

O romance é uma grande aventura sobre o universo rural brasileiro, onde as heranças africanas, indígenas e européias inscreveram seus muitos sinais. É Minas Gerais em que a colonização escravista impôs uma feição limitadora por meio de normas, bloqueios, imposição de valores estéticos, morais, políticos, sociais e religiosos, numa história de tensões e lutas permanentes. É também Minas Gerais do cerrado com seus frutos (mangaba, murici, quixaba, jaca), dos pássaros e aves (arara, gavião-andorim, sabia, tiriri, graúna, fariscadeira, bem-te-vi, juriti, garça, jaburu, marreco, pato-preto, marreco, mergulhão, fogo-apagou), das árvores e vegetação (aroeira, buriti, pequi, manga), dos animais temidos como as cobras urutu e cascavel, a onça, a capivara quando feroz). É Minas Gerias dos rios caminhos: Jequitinhonha, Paracatu, Urucuia, São Francisco, das Velhas, Jequitaí. Rios caminhos, rios estradas, fontes de energia e vida. É o sertão da rapadura, do queijo, do frango com quiabo e abóbora d água, do refogado de caruru e ofa de angu, carne de sol e farinha. Grande Sertão mostra um espaço de ambiente humano plural e que se traduz no modo de vida rural dos gerazeiros, quilombolas, vazenteiros, dos posseiros e também dos grandes fazendeiros e tantos outros. Grande Sertão é mais do que geografia e sociologia: lugar onde se vive e se age, onde predomina o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a personalidade humana. Grande Sertão é principalmente um espaço de renovação da literatura, da linguagem falada, onde a poética e a filosofia conduzem toda a história.