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PAISAGEM URBANA
Matias Cardoso

Breve História de Matias Cardoso, extrato da pesquisa do professor João Batista de Almeida Costa.

Matias Cardoso, uma cidade Histórica, que se originou de um arraial, acha-se assentada á margem direita do rio São Francisco, um pouco ao sul da foz do rio Verde Grande, limite setentrional do Estado de Minas Gerais com a Bahia. Conforme nos conta hoje o grande pe squisador e historiador, Dr. João Batista de Almeida costa, na sua tese de dourado em Antropologia Social: mineiros e Baianeiros: Englobamento, Exclusão e Resistência, que Vários são as versões a respeito do surgimento de Matias Cardoso. Que como o Próprio nome indica, diz-nos o autor que: "A sociedade Matiense foi fundada pelo líder de uma bandeira paulista, Mathias Cardoso de Almeida, numa época não muito precisa. Como um anônimo, organizou um bandeira e desde meados do século XVIII empreendeu em guerra contra os indígenas, para aprisionamento e vendas no mercado escravista paulista e baiano, e contra os quilombolas para exterminá-los." Conta-nos o escrito, que o bandeirante, fiel na sua missão, ao levar o termo sua função para o qual foi designado, conseguiu junto ao Governo Geral uma série de privilégios, inclusive a de receber como recompensa de seus feitos grandes extensões de terra. Assim ao retornar á área do Rio Verde Grande, o intrépido bandeirante e seu grupo, formado por outros paulistas, indígenas e negros escravizados. Instalaram-se em seu arraial em construção. "Conforme nos conta ainda o escritor": outra versão contrapõe esta até aqui descrito dizendo que: segundo Urbino Viana (1935), o Arraial de Morrinhos fora fundado no começo do século XVII por Domingos Dias do Prado e que o arraial fundado por Mathias Cardoso de Almeida, devido às enchentes, extinguiu-se. Tendo seu Filho Januário Cardoso transferido residência para o arraial já fundado desde meados do século XVII, transferiu-se para a Bahia. Numa forma de elucidar os fatos, o autor descreve dizendo que: Salomão de Vasconcelos, em sua obra o bandeirismo, calcula o ano de fundação de Morrinhos a partir de uma telha encontrada na Igreja matriz, datada de 1703, julga que o inicio de sua edificação foi ai pelas alturas de 1673, o que coincide razoavelmente com o tempo das guerrilhas do norte. Tendo-se ainda em vista que igreja desse vulto só começavam nos povoados e arraiais já formados é desenvolvidos. "Descreve-nos ainda o Dr. João Batista o seguinte: E recorrente a informação de que o inicio da construção da igreja ocorre após a instalação de uma missão jesuíta na região, trazida por Mathias Cardoso de Almeida, e que os mesmos teriam iniciado a construção de outras igrejas em Parateca, Mocambinho e Guacuy." Acrescenta ainda o autor, que "o estilo jesuítico da igreja Matiense, possibilita alguma fundamentação para essa versão que os nativos narram do inicio de sua sociedade. Entretanto, conforme nos coloca o escritor, que o primeiro pároco de Morrinhos, cuja registro se tem noticia, o padre Antonio Thomas Corvelo D` Ávica, que ocupou tal cargo a partir de 1695 era uma padre secular e, portador, não pertencente a nenhuma ordem religiosa. Também advoga contra essa versão, a inexistência de imagem de Santo Inácio de Loiyola na referida igreja." Como no diz o escritor que, "se por ventura, essa igreja tivesse sido construída por jesuítas, que aqui tivessem instalado em missão como em outras igrejas jesuítas, haveria uma imagem do fundador da Companhia de Jesus." Coloca-nos ainda o autor, dizendo que, "diferentes dessas duas versões que dão a paulistas e jesuítas a fundação. De Morrinhos há uma outra versão, a de terem sido originalmente negros os fundadores da localidade. Como afirmado por Urbino Viana (1935),uma das funções de Mathias Cardoso, assim como de Antonio Guedes Posito, era exterminar quilombos existentes nessa área para tanto, recebera um sesmaria de 160 léguas até ás nascentes do Rio Paraopeba." Segundo Viana, "tomando por base a oralidade Matiense, também informa que com a decadência de Morrinhos, os portugueses, paulistas e brancos abandonaram a povoação, transferindo residência para januária. Que, no momento de partida, diversos pretos foram deixados para trás, por não terem condições de ajudarem no deslocamento dos ajoujos, que eram feitos pelos escravos e com uso de varas empurraram as embarcações." Acrescenta - nos ainda o autor que a "preguiça" desses "pretos" "foi a que possibilitou que ficassem em Morrinhos." Finalize, mostrando que, "se não foram esses "pretos" que fundaram a povoação, foram eles que ai permaneceram construindo sua realidade social que ainda preserva traços legados desde esses tempos antigos. Matias Cardoso, emancipada do Município de Manga em 1992, depois de um longo processo visando tal objetivo, teve como primeiro administrador, um intendente, Orozimbo Batista dos Reis que governou desde 16/09/92 a 31/12/92. Em 01/01/93, tomaram posse o primeiro Prefeito o Sr. Josemir Cardoso dos Santos e o vice, O Sr. Edmundo Carvalho dos Santos e junto com estes, os nove vereadores eleitos, o Sr. Plínio Ferreira Ventura, Maria da Paz Araújo Santos, José Mário Soares, José Cláudio de Oliveira Neto, José Carlos da Silva, Valmir Damacena, Geraldo Boa dos Santos, Alípio Teixeira da Conceição Filho, Nadir Garcia Martins. Nessa data marcante para Matias Cardoso, deu-se a instalação do Paço Municipal e a criação de diversas secretarias para atender as necessidades da sociedade Matiense. Segundo depoimento do Sr. César Augusto Dourado (Engenheiro Agrônomo, funcionário público), Matias Cardoso está localizado no Alto Médio São Francisco, integra a Microrregião Sanfranciscana de Januária. Sua principal atividade econômica é voltada para o setor agropecuário destacando-se a Fruticultura/Olericultura irrigada, Agricultura de Sequeiro (grãos e algodão), Pecuária Mista e a Piscicultura. Projetos de extensão rural são desenvolvidos no município e contam com o apoio da EMATER, IEF, RURALMINAS, IMA. Integra-se ao município, a Gleba C2 do projeto Jaíba, com áreas de 20 a 50 hectares, que garantem a geração de emprego e renda à população rural, com absorção de grande parte da mão-de-obra urbana ativa. Existem no município pequenas indústrias artesanais e outras que integram o contexto sócio-econômico de Matias Cardoso. Nele está inserido um potencial turístico notado por visitantes ilustres, que têm buscado o município em dias de férias e recessos para descansar e apreciar a beleza das águas do Rio São Francisco, para pescar e curtir suas praias, conhecer a beleza da igreja tricentenária de estilo jesuítico, conhecer também o morro com suas grutas, localizado no meio da cidade e, no povoado de Horizonte do Gama, as barragens no distrito de Rio Verde de Minas. Como forma de arrematar todo esse contexto é possível vislumbrar o grande espetáculo do pôr-do-sol, fenômeno de extrema beleza e singularidade que encanta e envolve todos os seus moradores e visitantes. Segundo depoimento da Sra. Isa de Brito Costa, "A sociedade Matiense tem atravessado varias gerações, tentando preserva a nossa cultura." Falou também: "que trabalhou como professora na década de 50 até aposentar e como orgulho disse que formou varias pessoas." Argumentou a Sra. Isa: "Um dos maiores problemas encontrados na educação no tempo de regência da mesma, era a inviabilidade para resgatar as culturas da nossa raça, pois lembro de varias comemorações religiosas, folclóricas, lendas, rituais, que já não são freqüentes na atualidade e sinto falta da união que havia entre a população Matiense que até então considerava-se todos uma só família. Apesar das dificuldades financeiras, política e sociais, o Município de Matias Cardoso conta com o projeto de produção sustentável originário de organizações governamentais e não governamentais, que têm proporcionado melhoria nas condições sócio-econômicas de sua população.