ARMANDO PEREIRA RIBEIRO |
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Nasceu em Governador Valadares em 08/10/1974, filho de pais migrantes que buscavam naquela cidade uma alternativa de sobrevivência à estagnação econômica e concentração de renda das cidades do Vale do Jequitinhonha. Sua mãe Izaura Pereira Ribeiro e seu pai Marcelino Fernandes Ribeiro Neto que nasceram em Caraí, retornam a esta cidade após a tentativa de sobrevivência em Governador Valadares; seu pai recebe de um tio a proposta de gerenciar uma fazenda onde produzia-se o café . Então, aos dois anos de idade, Armando volta com seus pais para o município de Caraí residindo então na zona rural, onde vive até os seus 15 anos em meio a matas ainda desbravadas e ferrenha labuta de trabalhadores sofridos e mau remunerados na fazenda de café com ritmo de produção determinado por máquinas de beneficiamento e uma considerável expansão do comércio com estados vizinhos, principalmente a Bahia . Em 1989, aos 15 anos de idade, impelido pela mesma força que outrora lançara seus pais e milhares de outras pessoas do município e região vai morar em Belo Horizonte. Vive por lá com familiares que lhe garante um jeito de estudar e trabalhar. Trabalhando em vários serviços até concluir sua faculdade de história (licenciatura)pela UFMG, em 2001, retorna a Caraí onde atua como professor do Estado. Em 2002, após ser aprovado em concurso público da Secretaria Estadual de Educação de MG, escolhe PADRE PARAÍSO como a cidade onde assumiria o cargo de professor. Traz na bagagem um conjunto de poemas construídos no universo de significantes e significados da metrópole belo horizontina; e junto, um desejo de arte e justiça social. Envolve-se em vários projetos culturais e artísticos na cidade. Em 2005 fez parte de um grupo de pessoas que em Padre Paraíso organizaram um intercâmbio político cultural entre esta cidade e a de Embu das Artes /SP. Neste intercâmbio ministrou uma oficina de poesia para adolescentes e participou de uma oficina de artesanato em cerâmica ministrada pela artista Tonia do Embu. O primeiro contato sistemático com o barro fez despertar um artesão com possibilidades consideravéis. Então, desde Julho de 2005, Armando se dedica a fazer algumas peças em barro que após levadas ao forno tomam formas de um encanto poético. Para coroar este encontro possibilitado pela artista Tonia do EMBU e sobretudo como forma de traduzir seu agradecimento ao que ela fez acordar escreveu o seguinte poema:
um vento soprou de dentro da noite de sakai uma mulher de aço barro e flor tonia do embú por entre as alegrias e rios melancolia e estradas do vale do jequitinhonha.
mãe de estrelas fez acordar no chão de padre paraíso monstros de orvalho e esquecimento noites e vontades.
trouxe fome ao peito que luta contra as injustiças, como alimento.
enfeitamo-nos de cá com dentes e quaresmeiras.
não falou por ninguém apenas o povo falou através dela (os oprimidos daqui os esquecidos de lá) num acerto de contas de sofrimento e promessas de pureza.
porque ali no seu talhe cresciam artesãos de antepassadas lavras porque nos cavou no coração o barro até nossas mãos serem lambidas de fogo.
num comprido exercício de alegria tonia estendeu as mãos depois como quem doou o barro ao barro.
plantou uma saudade de aço barro e flor.
Armando Pereira Ribeiro 03 de Fevereiro de 2006 Email: prarmando@yahoo.com.br |
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