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MARIA DA FÉ
HISTÓRICO:
"Nas novas terras das Gerais, a figura de uma grande mulher...". O processo de interiorização do território brasileiro apresenta inúmeros aspectos singulares e variantes: para além das conhecidas expedições em busca de ouro e de riquezas minerais, importa destacar as grandes extensões de terras ocupadas através do processo de sesmarias. No final do século XVIII, tal dinâmica ainda vigorava em muitos dos sertões interioranos, contribuindo para que diversificadas histórias emergissem nesse contexto de formação de novos povoados. Tendo como referencial o panorama acima descrito, as sesmarias denominadas Campos emergem como uma das principais norteadoras dos movimentos populacionais da região sul-mineira1. Ao serem subdivididas, partes dessas novas terras foram concedidas ao casal José Rodrigues Braga e Maria da Fé de São Bernardo, quando do estabelecimento desses fazendeiros no conhecido Sertão da Pedra Branca2. A partir desse momento fundante, outra denominação bastante comum para a localidade foi Fazenda dos Campos, numa clara alusão à sesmaria já existente. Segundo alguns registros orais, o então proprietário José Braga falecera prematuramente, deixando sua senhora a cargo de todas as responsabilidades oriundas do cotidiano da época. Diante das referidas circunstâncias, Dona Maria da Fé dedicou-se, magistralmente, a um tipo de ofício até então pouco explorado pelas mulheres: as práticas agropecuárias, as quais exigiam bastante perspicácia por parte de seus administradores. Entretanto, outros relatos existentes afirmam que a conhecida senhora já exercia muitas dessas atividades antes mesmo da morte do marido; nesse sentido, não haveria grandes obstáculos a serem superados pela mulher, visto que a mesma provavelmente se acostumara aos trabalhos rurais. Interessante destacar que a imagem da fazendeira acabou por representar as próprias matrizes desse município mineiro. Antes mesmo de se completar um século de sua chegada na região, várias narrativas veicularam-se em torno de Dona Maria da Fé, sendo o conhecido Dr. Fausto Ferraz um dos seus principais precursores. Este homem, na ocasião da inauguração da Estação Ferroviária nos idos de 1891, proferiu um discurso emblemático no qual a figura de Maria da Fé emergia como mulher enérgica, corajosa e pioneira.
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