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FESTA DO ROSÁRIO |
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Festa de Nossa Senhora do Rosário Data de Realização : Realizada no primeiro final de semana do mês de julho Local de Realização do Evento : Igreja do Rosário e Ruas da cidade Público Estimado : 15 mil Realização: Irmandade de N. S. do Rosário do Serro; Associação do Congado da Irmandade de N. S. do Rosário; Paróquia N. S. da Conceição; Festeiros do Apoio: Prefeitura Municipal de Serro Descrição do Evento: O primeiro registro de realização da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Serro, coincide com a criação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, em 1728. A Festa era para o homem negro escravizado a possibilidade de expressar sua cultura trazida da África, dai a representação do reinado com rei e rainha, juizes e juízas tal qual era a sua vida na África. Nossa Senhora do Rosário é a sincretização dos deuses africanos. Foi ela a escolhida pelos negros como sua protetora. Segundo a lenda, encenada no Domingo à noite na hora da coroação, Nossa Senhora do Rosário teria aparecido sobre as águas do mar e os caboclos , que representam os índios civilizados pelos padres Jesuítas, rezaram, cantaram, mas ela não os acompanhou. Em seguida, vieram os Marujos, que representam os brancos portugueses que aqui chegaram em 1500, e cantaram e rezaram, mas Nossa Senhora também não os acompanhou. Então, vieram os negros, representados na festa pelos catopês, e rezaram e cantaram e Nossa Senhora os acompanhou e se tornou a protetora dos negros no Brasil. A Festa começa com a Matina, às 5 horas do primeiro sábado de julho, com a reunião, no Adro da Igreja do Rosário, da Caixa de Assovios - formada por caixas de couro e pífaro - o 1° Juiz, Presidente da Irmandade, Presidente da Associação dos Congados, outros festeiros e demais irmãos. Com as luzes apagadas e as portas da Igreja fechadas a Caixa de Assovios, que historicamente representa os gemidos dos negros no cativeiro, toca a Ave Maria por três vezes e por três vezes os sinos repicam, pedindo permissão de Nossa Senhora do Rosário para começar a Festa. As portas se abrem, as luzes se acendem e o 1° Juiz da Festa e os irmão entram na igreja e tocam diante ao altar. Esta é a hora de silêncio e oração, hora dos irmãos do Rosário agradecerem pelas graças recebidas durante o ano e pedirem as bençãos e graças de Nossa Senhora do Rosário. Após a celebração religiosa, a Caixa de Assovios ganha as ruas tocando em ritmo de festa. Em companhia do 1° Juiz, o cortejo visita os festeiros anunciando que a festa pode começar com as benção de Nossa Senhora. Em cada casa, mesa porta e farta para receber a comitiva, quitandas, bolos, caldos, queimadinho e café. Na noite do sábado, após a novena, a imagem de Nossa Senhora é trazida até a igreja pelo Mordomo do Mastro com a presença dos cinco grupos de dança Catopês, Marujos, Caboclos; Caboclos-mirins e catopês do Milho Verde. Segue-se a subida do mastro com foguetórios na Praça do Rosário. Domingo é o dia principal de festa. Ás 6 horas da manhã, os Catopês começam o ritual de retirada dos festeiros de casa. O Primeiro festeiro a ser retirado do trono é o 1° Juiz, seguido a 1ª Juíza, o 2° Juiz, a 2ª Juíza , o Rei e finalmente a Rainha. Neste percurso juntam-se ao reinado e aos catopês marujos e caboclos e seguem em direção ao Largo do Rosário, onde às 10 horas é celebrada missa. Após a celebração, o Congado sai pelas ruas da cidade e os dançantes se apresentam e visitam as casas dos festeiros para almoçar. Às 17 horas do Domingo, sai da porta da Igreja do Carmo solene procissão e coroação de Nossa Senhora com apresentação da lenda pelos grupos de dança. Após a apresentação os dançantes entregam os festeiros em suas casas para mais uma vez comemorar a fartura em um jantar. Na segunda-feira, ao meio-dia, o Congado se reúne para a retirada do 2° Reinado - festeiros do próximo ano. Seguindo o mesmo ritual, o cortejo sai às ruas em direção ao Rosário para, às 19 horas, participar da tradicional despedida dos dançantes que cantam e dançam em volta da imagem de Nossa Senhora.
Marujos Os Marujos representam o homem branco, a Esquadra Portuguesa na luta contra os Mouros. Vestem-se como marinheiros, tendo ao centro o Capitão de Mar e Guerra, Capitão de Nau Fragata, Mestre e Contramestre, Calafatinho, Mané, Massimbaque e o Doutor, figuras da marinha. Cantam ao som de instrumentos de corda, cavaquinhos e violões e de pandeiros, xiquexiques, flautas e caixas de couro. Dançam a resinga, uma alegoria da luta entre dois grupos de marujos que termina com a morte do comandante. Os passos são cadenciados e sugerem um movimentado combate.
Caboclos Os Caboclos representam os índios, são os abre alas da Festa. Ao som de caixas de couro e sanfona, reverenciam a Virgem com alegria, representando a persistência dos índios que não se deixaram dominar. Se enfeitam com coletes coloridos, adornados com lantejoulas, broches e medalhas. Usam cocares de penas coloridas enfeitados com fitas, perneiras com penas, pulseiras e brincos. Trazem consigo uma flecha de madeira com a qual batem acompanhando o ritmo da caixa. Representam a "embaixada", que é o encontro de duas tribos, a dança do pau de fitas para distrair o "Papai Vovô" e a dança do lenço. Saem sempre em duas alas, tendo na frente o caboclo matinador e o caciquinho, um caboclo mirim que tem como função chamar os caboclos ao comando do Mestre. No meio destas alas vão os caboclos "Mestre", "Embaixador", "Zé de Freitas" e "Pantalão". Ao final da fila as figuras do "Papai-vovô" e da "Mamãe vovó", representando os índios velhos com suas bengalas e mascarados, guardam o fim das alas fazendo a alegria da garotada.
Catopês Representam os negros que com o toque de suas caixas de couro revivem os gemidos dos negros nas senzalas. Desfilam sob o comando do Mestre e do Contramestre. Levam tamborins, caixas de couro, xiquexiques e reco-recos. É o grupo mais importantes na hierarquia dos dançantes e conserva cantos e danças mais próximo das tradições africanas. Suas roupas são simples, com capas de chita estampadas, espelhos, lenços e lantejoulas e capacetes enfeitados com penas.
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